ENREDO
Call of Duty: Black Ops seguia uma linha interessante de enredo, focando em um passado não tão distante, diferente dos jogos de início da série, que sempre se passavam na segunda guerra mundial, e fugindo também da linha de enredo dos Modern Warfare, criados pela produtora Infinity Ward, que mostrava uma guerra modernizada, mas atual, vista de uma maneira interessante.
O segundo jogo da sub-série, Black Ops, volta no passado mostrando acontecimentos vindos logo em seguida do jogo anterior, e somando-se a acontecimentos no ano de 2025, onde temos um cenário bem mais modernizado do que o de costume.
O protagonista do jogo é o filho do personagem principal do primeiro Black Ops, Alex Mason. Sendo assim, David Mason (conhecido por seus colegas como Section) procura vingança pela morte do pai, anos antes, e recorre ao já idoso Frank Woods para reviver acontecimentos passados e entender o que está se passando no presente momento. Section então tenta entender o motivo da vingança do grande vilão, Raul Menendez, e busca salvar sua nação, somando isso à sua vingança pessoal.
O jogo é dividido em missões, sendo que cada uma se passa em um lugar diferente, no passado ou no futuro, com determinados protagonistas. O jogo procura reviver cenas do passado de Frank Woods, na pele de Alex Mason, e também vive cenas em 2025 com os aliados do David e, principalmente, missões com o próprio Section.
Mesmo sendo previsível em alguns momentos, o enredo possui várias reviravoltas ao longo de sua apresentação, tornando-o mais interessante da metade em diante, onde o jogador consegue finalmente entender o que está acontecendo aonde, e o motivo de suas ações, que antes não era algo claro e objetivo. Infelizmente, seu fechamento deixou a desejar, tanto em formas de narrativa como de qualidade na forma em que um final deve impactar.
A ideia é boa, mas foi mal executada.
Logo de início vemos que a jogabilidade varia entre duas características diferentes, devido à época em que a missão se passa.
De um lado, temos toda a tecnologia do ano 2025, incluindo luvas personalizadas para rapel com duas pessoas, robôs que voam e atiram (existe, mas não daquela forma), e coisas desse tipo, que acabam deixando o jogo mais variado ao longo da jogatina. Do outro lado, na mesma época do primeiro Black Ops, década de sessenta, com armas normais e sem muita frescura.
Da mesma forma que as tecnologias deixaram o jogo mais variado, acabou perdendo um pouco a característica que os jogos Call of Duty possuem. Em todos os outros jogos da série, a missão começava logo após a anterior, com apenas uma breve pausa para que o jogador fique a par do que vai acontecer em seguida, e aonde. Agora o jogo para e fica em uma tela onde o jogador pode escolher quais armas e equipamentos vai usar na missão, enquanto antes as missões já começavam com o que você vai precisar nela, sendo sempre variado.
Isso acabou deixando o jogador em uma saia justa, pois se não escolher a sequência de armas e equipamentos que o jogo recomenda, e resolver fazer o seu próprio, pode não se dar tão bem na missão assim. Isso acontece porque as missões continuam exigindo tais armas (as recomendadas), mas pra tentar ser um pouco mais “variado”, e mesmo assim deixam com que o jogador escolha as próprias, sendo isso algo positivo ou não, o que acaba sendo um problema.
Também pra ter um quê de variedade, não é só a missão principal que dá pra escolher. É possível também escolher missões paralelas que mostram um pouco da guerra que está acontecendo, mas sem muito sal também, por não ser variado. Ir do ponto A ao ponto B já fazemos em todos os Call of Duty, então pra que inserir novas missões só pra isso?
O jogo tentou inserir meios variados de jogabilidade que acabaram mais queimando o filme do que sendo algo bom e produtivo. Por exemplo, andar à cavalo em uma das missões iniciais se mostrou ser bem mal feito, mas nada de muito absurdo. Por outro lado, tentar fazer com que o jogador controle um avião futurístico não deu certo de forma alguma, só mostraram que não servem para desenvolverem tais jogabilidades.
No mais, a mecânica básica continuou sendo a mesma dos outros jogos da série Call of Duty, com a mesma inteligência artificial e facilidade de matar inimigos e avançar, sempre em linha reta.
GRÁFICOS
Pra quem jogou os outros jogos da série, não vai ver muitas diferenças nesse jogo. Isso acaba sendo um ponto muito fraco, pois nesse quesito não houve evoluções significativas desde o Call of Duty 4: Modern Warfare, sendo que estamos na geração que mais se importa com o visual até o momento. Sabemos que essa não é a proposta da série, mas a essa altura é algo que devia ser levado em consideração.
Uma melhora visível foi a iluminação, que está mais bem feita e acaba tentando ficar mais próximo aos gráficos dos jogos atuais. Conseguiram também uma melhora significativa nas expressões faciais durante as cutscenes. Não está lá essas coisas, mas já foi um avanço.
As cutscenes estão todas em baixa resolução, mesmo tentando enfeitar com truques de iluminação e coisas do gênero. Todas elas são feitas com gráfico in-game pouco melhorado, com leves diferenças na rederização. O que era pra ser algo novo na série, acabou se tornando incômodo.
Ao terminar uma missão, somos levados a uma tela que apresenta helicópteros nos levando até a base, ou pelo menos é isso que dá a entender. Essas telas são feitas com gráfico pré-renderizado, e estão todas com uma iluminação ruim, física anormal e renderização sem vida. Pelo menos não é muito presente ao longo do jogo e não interfere tanto assim.
Como um todo, os gráficos não estão feios de se ver, visto que desde o primeiro Modern Warfare o jogo sempre manteve sua proposta de não ter os melhores gráficos do mundo, mesmo ficando um pouco pra trás neste quesito.
SOM
A parte sonora do jogo acabou sendo até que bem feita no que se diz composição de trilha sonora e momentos em que as músicas são tocadas. Isso seria um ponto muito alto no jogo, se o resto do áudio não tivesse deixado tanto a desejar.
Os tiros, em uma guerra, costumam ser o que é mais ouvido, visto que eles são de fato bem altos. No entanto, neste jogo os tiros são tão baixos, que dependendo da música que está tocando de fundo ou do diálogo que está acontecendo no ambiente, mal é possível perceber que está saindo algum som de sua arma.
O jogo possui cutscenes além do jogo em si, o que não era muito comum na série, e o áudio é completamente diferente um do outro. Por exemplo, o áudio das cutscenes é muito baixo em relação ao jogo propriamente dito. Tal volume não é manipulável pelo jogador, que acaba tendo que aumentar e diminuir o volume no final de cada missão.
Em determinados momentos, tudo que se ouve é o som da guerra a sua volta, mesmo que o momento exija uma música de fundo, o que acaba tornando o jogo monótono de certa forma.
As dublagens estão boas, de um modo geral. Tirando um único momento, onde o jogador se encontra na Cuba e encontra alguns cubanos falando em português de Portugal, o que fica muito confuso, pois no resto da missão os habitantes falam em espanhol.
No geral, o áudio incomodou mas não interferiu completamente na experiência, embora certos detalhes possam afetar bastante alguns jogadores.
VEREDITO
A conclusão que cheguei é que a série Call of Duty está saturada nessa geração, e deveria reformular seu modo de campanha para ser também um atrativo, visto que a maioria das pessoas compram pelo Multiplayer e veem a série como um jogo só pra isso. Se é pra manter a campanha e seguir estes dois ramos, que mude a fórmula e faça algo com evoluções significativas.
Vejo a série agora como um passa-tempo, e não algo que é necessário na prateleira de todos os gamers, como a série Modern Warfare foi. Como um todo não é um jogo chato, por assim dizer, mas deixou muito a desejar por ter um nome tão famoso como esse.
NOTAS
ENREDO: 8,0
JOGABILIDADE: 7,5
GRÁFICOS: 8,0
SOM: 6,0
By: Raphael Rossini
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